domingo, 5 de dezembro de 2010

Dois.

Vago por entre o labirinto das lembranças. Atento-me para cada curva percorrida em teu corpo, cada cheiro fundido com a química de nossa pele. Recordo-me das palavras não ditas, dos lugares que não visitamos, do escurinho do cinema, gestos, das despedidas com vontade de ficar, mãos que se encontravam tímidas e dos olhares presos pelo carinho.


Dos sentimentos dois: Esquiva e aceitação. De um lado uma obrigação de seguir, do outro me finco na vontade de ruminar as lembranças. Como uma menina que fica olhando a estrada, esperando algo passar...

Acorda menina, acorda!

- será capricho meu?

Em outros tempos, quando começava esquecer eu ligava pra não deslembrar da voz. Mas, a liberdade de ligar foi-me roubada. Assim como o corpo, boca e alma, que um dia foram violados pelo prazer.

Minha voz estremece em gritos mudos: - Como seguir? Pra onde recomeçar? Abandonar velhos sentimentos?

Não sei como, nem por qual caminho, mas sei que tenho que seguir. E reaprender a andar, assim como uma criança: engatilhar, dar passinhos, andar e correr. Quanto os sentimentos, abandoná-los seria o mesmo que arrancar um fígado, o baço. Só ver os dias seguirem não me basta.

Seria preciso também abdicar os sentimentos?

Nesse monologo que transcende essa folha, abraço as recordações à mercê de minha falha memoria humana.

Saudades do corpo na penumbra!

Um comentário:

  1. Nêssinha,
    Minha menina borboleta!
    Que alma inquietante, que coração descompassado.
    Vive a procura da batida certa, mas, quem será q desacelera esse coração?
    Podia pensar q alguém deveria pará-lo por um instante, ou quem sabe, alguém o fizesse correr meio desorietado, despreocupado, procurando apenas pela luz do sol.
    Não, acho que não! Acho que espera pela batida perfeita, que só sua alma pode trazer.
    Batida entoada, onde nenhuma nota errada venha descompassar.
    Que peça Deus te pregou, heim?
    Alojou o coração de uma mulher num corpo inquietante de uma menina.
    É meio como anjo e mulher...
    Dia e noite... Sol e lua.
    Sinto que a menina deu de cara com a mulher e nesnte momento, o eclipse foi total.
    E depois desse encontro... Novas descobertas.
    É menina borboleta, onde o casulo está sempre por perto quando quer "introspectar".

    Dois bjo e muitos afagos.

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